segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Repensando o Movimento

*Repensando o Movimento*
(por Emídio e Larissa)

Pessoal, como já era esperado, está vindo uma mobilização contrária ao nosso Movimento. Setores do lado "fácil" de se torcer estão se organizando para tentar nos desmobilizar.

O argumento deles é o mais simples e mais agressivo possível: nos taxam de fascistas / racistas.

Obviamente os que assim nos tratam nem se preocupam em pesquisar do que se trata, realmente, o fascismo. Falam como se nós quisérsemos obrigar as pessoas a torcer pros nossos Clubes do NE. Mas não é isso o verdadeiro sentido do Movimento, pelo menos ao meu ver.

Eu acho que se quisermos que essa semente que já foi plantada germine e uma planta creça e nos dê frutos no futuro, temos que pensar de modo mais racionalizado possível.

Temos que parar com "arranques juvenis" e tratar o assunto de forma séria e sóbria. Se ficarmos com palavrinhas de ordem ao estilo "morte aos mistos", "misto bom é misto morto", e congêneres, só daremos arma a quem nos acusa de "ditadores".

Portanto queria que nós fizéssemos algo tipo uma "carta magna", algo que explique o que realmente queremos, sem extremismos.

Eu estou nesse Movimento não para perseguir ninguém, nem para dizer que alguém é melhor que outro porque torce como eu torço. Eu estou nesse Movimento para tentar mostrar para a maioria dos mistos que eles fazem isso sem nem saber porque fazem. É algo que a TV naturalizou. Isso é torcer?

É uma alienação coletiva promovida majoritariamente por uma TV. Se a Globo é capaz de orquestrar manipulações políticas / eleitoreiras, o que dirá do futebol?

Temos que continuar nosso Movimento mas de forma inteligente.

Vamos concientizar, perguntar aos "mistos" como eles começaram a torcer, que ligação eles tem com o Rio e com SP? Tocar na nossa raíz de luta. Falar dos preconceitos que sofremos. Mostrar o quanto somos descriminados pelos sulistas.

Fazê-los pensar é melhor que xingar.

A pessoa aprende muito melhor quando pesquisa, estuda e não quando é xingado. Vamos deixar os mistos pesquisarem. Damos a dica, eles correm atrás.

Neoliberalismo: cultura e alienação

*Neoliberalismo: Cultura & Alienação*
(por Bruno)

"O neoliberalismo não visa a destruir apenas as instâncias comunitárias criadas pela modernidade, como família, sindicato, movimentos sociais e Estado democrático. Seu projeto de atomização da sociedade reduz a pessoa à condição de indivíduo desconectado da conjuntura sócio-política-econômica na qual se insere, e o considera como mero consumidor. Estende-se, portanto, também à esfera cultural.

Um dos avanços da modernidade foi, com o advento da democracia, reconhecer a pessoa como sujeito político. Este passou a ter, além de deveres, direitos. Dotado de consciência crítica, livrou-se da condição de servo cego e dócil às ordens de seu senhor, consciente de que autoridade não é sinônimo de verdade, nem poder de razão.

Agora, busca-se destituir a pessoa de sua condição de sujeito. O protótipo do cidadão neoliberal é o que se demite de qualquer pensamento crítico e, sobretudo, de participar de instâncias comunitárias. E para essa cultura da demissão voluntária contribui, de modo especial, a TV.

Em si, a TV é poderoso instrumento de formação e informação. Mas pode facilmente ser convertido em mecanismo de deformação e desinformação, sobretudo se atrelada à máquina publicitária que rege o mercado. Assim, a própria TV torna-se um produto a ser consumido e, portanto, centrado no aumento dos índices de audiência...

...Assim, cai-se numa educação qualificada por Jean-Claude Michéa de "dissolução da lógica". Deixa-se de distinguir o prioritário do secundário, de perceber o texto em seu contexto, de abranger o particular no pano de fundo do geral, para acatar passivamente as pressões de consumo que buscam transformar valores éticos em meros valores pecuniários, ou seja, tudo é mercadoria, e é o seu preço que imprime, a quem a possui, determinado valor social, ainda que destituído de caráter.
mite-se do ato de pensar, refletir, criticar e, sobretudo, participar do projeto de transformar a realidade. Tudo passa a uma questão de conveniência, gosto pessoal, simpatia.


RESUMO DO TEXTO DE FREI BETTO